21/09/2013

Memórias

Introdução
A Memória, seja histórica ou pessoal, é a presença do passado no agora. Ela é constituída de elementos psíquicos e intelectuais que gera uma representação seletiva do passado. Dificilmente a memória retrata um acontecimento com imparcialidade, dependendo assim do contexto familiar, social e nacional do indivíduo que viveu o fato e criou a memória. Mas toda memória histórica é coletiva, tem o cabimento de conservar certas informações, propriedade que permite aos indivíduos atualizar impressões ou informações passadas, ou reinterpretá-las, entendendo assim a causa de tal conflito e como evitá-lo nos dias de hoje. Os alicerces da História são as memórias, porém se confundem com o documento, com o monumento e com a oralidade. Ela foge da oralidade e da passagem de contos de geração a geração. Para compreendê-la precisa ir mais fundo, entender que a memória humana tem caráter seletivo, ou seja, o fato de que nos lembramos das coisas de forma parcial, a partir de estímulos externos, e escolhemos lembranças. Sigmund Freud, pai da psicanálise, distinguiu a memória de um simples repositório de lembranças: para ele, nossa mente não é um museu. A verdade nua e crua é que a memória reflete o que aconteceu na “história” e a história espalha as memórias. Como vimos nesse bimestre, existem vários tipos de memórias históricas, as memórias de revoluções gloriosas e memórias de guerras, memórias de um tempo onde o povo conseguiu o que queria e outras onde o povo foi torturado. No campo da psicanálise a influência do passado está diretamente relacionada com as atitudes atuais, devemos tomar experiências passadas como exemplos para atitudes recentes. Temos a obrigação de não cometer os mesmos erros, cada ato deve ser analisado antes de ser feito.
Presente-Futuro
O impacto da memória histórica no presente-futuro da organização da sociedade gerou uma forma de pensar limitada e medrosa em relação ao que se considera verdade. Onde o povo passa a temer seu governo e seus próprios pensamentos, permitindo sua alienação em relação ao mesmo. Com medo de ir às ruas em busca de mudança por conta dos momentos da história em que as pessoas eram proibidas de pensar, falar, fazer o que achavam. A influência da memória histórica no presente-futuro da organização da sociedade contribui para a formação de um grupo de pessoas dos quais sentiram a história na pele, e mesmo assim não deixaram de ir atrás dos seus ideais, em memória ao seu passado e pensando em seu futuro. A importância da memória histórica no presente-futuro da organização da sociedade é que sem ela, não chegaríamos onde estamos hoje, foram por conta de todas as revoltas, guerras, políticos bons e ruins que hoje vivemos no modelo de sociedade atual. Aspectos importantes foram levados em conta durante a história, como igualdade, liberdade, fraternidade e direitos humanos. A relação da memória histórica e o presente-futuro na organização da sociedade. Um exemplo disso foi à ditadura no Brasil em que várias pessoas eram maltratadas e mortas pelo governo, quando elas não as decidiam mesmo de se matarem por medo de serem pegas.

Filme e Holocausto

Usando o filme Escritores da liberdade como exemplo, que retrata um grupo de jovens em uma escola pública nos Estados Unidos que sofrem preconceitos pelos professores, diretores, alunos e até por eles mesmos. Diante da falta de estrutura das famílias, do racismo, da desigualdade social, exclusões sociais são rotuladas como problemáticos e burros, sem ao menos serem avaliados pelos seus verdadeiros potenciais. A falta de confiança e esperança nos alunos só desmotivava a vida já complicada que tinham. A escola negava livros novos e mais aprofundados, por acreditarem que eram incapazes de ler e devolver em bom estado, causando prejuízo para a instituição e, além disso, faziam parte de gangues causando uma rivalidade ainda maior. Até que a professora idealista Erin Gruwell é contratada para dar aula na turma de problemáticos e acredita nesses alunos até fim, apesar de tantas barreiras impostas por eles. Desenvolvendo seu trabalho de maneira diferente e inovadora, era a única pessoa que acreditava neles, até mesmo quando eles deixavam de acreditar em si próprios. Mostrando que eles não eram tão diferentes quanto pensavam que eram capazes de seguirem rumos diferentes de suas famílias, que não precisavam lutar uns contra os outros nas gangues. Ela era a motivação deles irem para a escola, evoluir como pessoa e construírem uma história diferente. Entretanto, Erin sofreu muitas dificuldades para poder realizar seu trabalho de forma plena, passou a ter mais dois outros empregos para poder bancar livros e atividades enriquecedores. Perante aos seus recursos e a falta de apoio da escola, a professora entregou cadernos para que seus alunos escrevessem suas histórias de vida, desde problemas internos até conflitos familiares. E propôs aos alunos a lerem o livro 'Diário de Anne Frank', livro escrito pela adolescente judia Anne Frank durante a segunda guerra mundial. Em seu livro, relatava tudo o que se passava nos cotidianos dos fugitivos judeus e sua família que na época viviam em um esconderijo em Amsterdã, que mais tarde foi descoberto pelos alemães e foi quando Anne foi capturada, separada de seus pais. O Holocausto foi uma prática de perseguição e extermínio de milhões de pessoas que não se enquadravam ao modelo político do regime nazista de Adolf Hitler. De acordo com a ideologia nazista, os homossexuais, opositores políticos de Hitler, doentes mentais, pacifistas, eslavos, grupos religiosos, ciganos e principalmente os judeus deviam ser excluídos da sociedade alemã, alegando que estes impediam a pureza racial no território alemão, que segundo esse pensamento, os alemães eram descendentes de arianos, raça superior e estes deram origem à civilização europeia. Concluindo, os alunos da escola pública e a adolescente judia Anne podem ser facilmente comparados, apesar de épocas diferentes. Em ambos, mostra os preconceitos, desigualdades e injustiças em questão da cor, religião e condição social. Em alguns trechos do filme, os alunos se sentiam no lugar de Anne e ficaram intrigados com a história, evidenciando que o passado ainda traz grandes influências e permanece no presente. Apesar de Anne ter tido um fim trágico, foi uma pessoa extremamente forte que enfrentou um país lotado de nazistas, teve sua família capturada, foi levada a um campo de concentração, morreu precocemente devido aos horrores dessa época. Isso mostrou aos alunos grandes lições, que apesar do preconceito e rótulos, eles podiam mudar seus caminhos e que também eram pessoas guerreiras que lutavam todos os dias para chegarem vivos em casa e por lidarem com tantas tensões, sendo apenas adolescentes.

Grupo: Rafaela Konstantyner, Maria Eugênia Gomes Mantyk, Mariane Menezes e Pedro Agra.
Números:  32, 23, 25 e 30

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