Introdução
A
Memória, seja histórica ou pessoal, é a presença do passado no agora. Ela é
constituída de elementos psíquicos e intelectuais que gera uma representação
seletiva do passado. Dificilmente a memória retrata um acontecimento com
imparcialidade, dependendo assim do contexto familiar, social e nacional do indivíduo
que viveu o fato e criou a memória. Mas toda memória histórica é coletiva, tem
o cabimento de conservar certas informações, propriedade que permite aos
indivíduos atualizar impressões ou informações passadas, ou reinterpretá-las,
entendendo assim a causa de tal conflito e como evitá-lo nos dias de hoje. Os
alicerces da História são as memórias, porém se confundem com o documento, com
o monumento e com a oralidade. Ela foge da oralidade e da passagem de contos de
geração a geração. Para compreendê-la precisa ir mais fundo, entender que a
memória humana tem caráter seletivo, ou seja, o fato de que nos lembramos das
coisas de forma parcial, a partir de estímulos externos, e escolhemos
lembranças. Sigmund Freud, pai da psicanálise, distinguiu a memória de um
simples repositório de lembranças: para ele, nossa mente não é um museu. A
verdade nua e crua é que a memória reflete o que aconteceu na “história” e a
história espalha as memórias. Como vimos nesse bimestre, existem vários tipos
de memórias históricas, as memórias de revoluções gloriosas e memórias de
guerras, memórias de um tempo onde o povo conseguiu o que queria e outras onde
o povo foi torturado. No campo da psicanálise a influência do passado está
diretamente relacionada com as atitudes atuais, devemos tomar experiências
passadas como exemplos para atitudes recentes. Temos a obrigação de não cometer
os mesmos erros, cada ato deve ser analisado antes de ser feito.
Presente-Futuro
O
impacto da memória histórica no presente-futuro da organização da sociedade
gerou uma forma de pensar limitada e medrosa em relação ao que se considera
verdade. Onde o povo passa a temer seu governo e seus próprios pensamentos,
permitindo sua alienação em relação ao mesmo. Com medo de ir às ruas em busca
de mudança por conta dos momentos da história em que as pessoas eram proibidas
de pensar, falar, fazer o que achavam. A influência da memória histórica no
presente-futuro da organização da sociedade contribui para a formação de um
grupo de pessoas dos quais sentiram a história na pele, e mesmo assim não
deixaram de ir atrás dos seus ideais, em memória ao seu passado e pensando em
seu futuro. A importância da memória histórica no presente-futuro da
organização da sociedade é que sem ela, não chegaríamos onde estamos hoje, foram
por conta de todas as revoltas, guerras, políticos bons e ruins que hoje
vivemos no modelo de sociedade atual. Aspectos importantes foram levados em
conta durante a história, como igualdade, liberdade, fraternidade e direitos
humanos. A relação da memória histórica e o presente-futuro na organização da
sociedade. Um exemplo disso foi à ditadura no Brasil em que várias pessoas eram
maltratadas e mortas pelo governo, quando elas não as decidiam mesmo de se
matarem por medo de serem pegas.
Filme e Holocausto
Usando o filme Escritores da liberdade como
exemplo, que retrata um grupo de jovens em uma escola pública nos Estados
Unidos que sofrem preconceitos pelos professores, diretores, alunos e até por
eles mesmos. Diante da falta de estrutura das famílias, do racismo, da
desigualdade social, exclusões sociais são rotuladas como problemáticos e
burros, sem ao menos serem avaliados pelos seus verdadeiros potenciais. A falta
de confiança e esperança nos alunos só desmotivava a vida já complicada que
tinham. A escola negava livros novos e mais aprofundados, por acreditarem que
eram incapazes de ler e devolver em bom estado, causando prejuízo para a
instituição e, além disso, faziam parte de gangues causando uma rivalidade
ainda maior. Até que a professora idealista Erin Gruwell é contratada para dar
aula na turma de problemáticos e acredita nesses alunos até fim, apesar de
tantas barreiras impostas por eles. Desenvolvendo seu trabalho de maneira
diferente e inovadora, era a única pessoa que acreditava neles, até mesmo
quando eles deixavam de acreditar em si próprios. Mostrando que eles não eram
tão diferentes quanto pensavam que eram capazes de seguirem rumos diferentes de
suas famílias, que não precisavam lutar uns contra os outros nas gangues. Ela
era a motivação deles irem para a escola, evoluir como pessoa e construírem uma
história diferente. Entretanto, Erin sofreu muitas dificuldades para poder
realizar seu trabalho de forma plena, passou a ter mais dois outros empregos
para poder bancar livros e atividades enriquecedores. Perante aos seus recursos
e a falta de apoio da escola, a professora entregou cadernos para que seus
alunos escrevessem suas histórias de vida, desde problemas internos até
conflitos familiares. E propôs aos alunos a lerem o livro 'Diário de Anne
Frank', livro escrito pela adolescente judia Anne Frank durante a segunda
guerra mundial. Em seu livro, relatava tudo o que se passava nos cotidianos dos
fugitivos judeus e sua família que na época viviam em um esconderijo em
Amsterdã, que mais tarde foi descoberto pelos alemães e foi quando Anne foi
capturada, separada de seus pais. O Holocausto foi uma prática de perseguição e
extermínio de milhões de pessoas que não se enquadravam ao modelo político do
regime nazista de Adolf Hitler. De acordo com a ideologia nazista, os
homossexuais, opositores políticos de Hitler, doentes mentais, pacifistas,
eslavos, grupos religiosos, ciganos e principalmente os judeus deviam ser
excluídos da sociedade alemã, alegando que estes impediam a pureza racial no
território alemão, que segundo esse pensamento, os alemães eram descendentes de
arianos, raça superior e estes deram origem à civilização europeia. Concluindo,
os alunos da escola pública e a adolescente judia Anne podem ser facilmente
comparados, apesar de épocas diferentes. Em ambos, mostra os preconceitos,
desigualdades e injustiças em questão da cor, religião e condição social. Em
alguns trechos do filme, os alunos se sentiam no lugar de Anne e ficaram
intrigados com a história, evidenciando que o passado ainda traz grandes
influências e permanece no presente. Apesar de Anne ter tido um fim trágico,
foi uma pessoa extremamente forte que enfrentou um país lotado de nazistas,
teve sua família capturada, foi levada a um campo de concentração, morreu
precocemente devido aos horrores dessa época. Isso mostrou aos alunos grandes
lições, que apesar do preconceito e rótulos, eles podiam mudar seus caminhos e
que também eram pessoas guerreiras que lutavam todos os dias para chegarem
vivos em casa e por lidarem com tantas tensões, sendo apenas adolescentes.
Grupo: Rafaela Konstantyner, Maria Eugênia Gomes Mantyk,
Mariane Menezes e Pedro Agra.
Números: 32, 23, 25 e
30
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