22/09/2013

O Nacionalismo, novas fronteiras e a vontade interior.


Ao longo dos anos, a história do mundo foi marcada por diversas fragmentações de territórios e nações. Novas fronteiras surgem, ou lutam pelo seu reconhecimento. Recentemente foi noticiado sobre o plebiscito que ocorrerá em setembro de 2014, que irá tratar questões sobre a independência da Escócia, país que hoje pertence à Commonwealth of Nations e é integrado ao Reino Unido. Entre os motivos desta separação estão o fato do dinheiro público suficiente para a auto sustentação, o bom desempenho nas áreas de educação, justiça e saúde, além da rica e única cultura escocesa. Todavia, as relações exteriores comerciais e a defesa militar desta faixa norte da Grã-Bretanha ainda é mantida pelo governo britânico. 

Pesquisas realizadas na região revelam que a opinião dos escoceses é equilibrada, e que entre seus vizinhos ingleses, o favorecimento prevalece.
    
      
 Ruínas do castelo de Dunnottar na costa nordeste da Escócia. As mais de 2 mil fortificações espalhadas pelo território escocês, palco de 
diversas batalhas entre clãs, enalteciam a singularidade desta nação.

 O caso escocês não é único no globo, temos várias lutas pelo rompimento de laços entre países. Entre esses laços, muitos estão presentes desde o século XVIII, o período batizado por Eric Hobsbawn de a Era dos Impérios, tempo em que a disputa entre superpotências, a ebulição do capitalismo e a exploração de novos horizontes se destacaram. Outros laços instáveis prevalecem a cerca de disputas religiosas como no caso da Chechênia, território Russo em que predomina o Islamismo ou a Irlanda do Norte, que atualmente pertence ao Reino Unido e evidenciou ao longo dos anos divergências religiosa entre o Protestantismo e o Cristianismo. Essa vontade interior que mora dentro do coração de cada cidadão de se unir nacionalmente ganhou destaque nos palcos da 1ª Guerra Mundial com o revanchismo francês e a união dos países Balcãs com o leste Europeu e a Mãe Rússia. É uma demonstração de solidariedade com suas próprias raízes. O ser humano abandonou o nomadismo de seus ancestrais e se apegou a sua terra de origem, e a cultura nos vem demonstrando esse fato. No oriente médio, o Jihad, que erroneamente foi traduzido pelos europeus como “Guerra Santa” tem em seu significado e poder dessa vontade: “Uma guerra que vale a pena lutar”. Exemplos não faltam. A Soma de visões políticas-sociais com nacionalismo eclodiu na Revolução Francesa de 1789 no século XIX, era das Revoluções. A religião é visivelmente aceita como um gatilho para hostilidades na região da Terra Santa, onde a disputa entre Israelenses e Palestinos permanece desde o final do século XIX. 

Essas ideologias penetram no coração do indivíduo que a partir deste envolvimento desenvolve esse poder interior que nos controla e nos faz prisioneiros desses ideais. A busca para soluções destes conflitos é bem delicada, pois para uma entidade exterior não é fácil compreender a verdadeira questão que está em jogo. A invasão americana a fim de colocar um basta nas hostilidades sírias pode estar equivocada, assim como pode ser uma ajuda crucial para a oposição síria contra o regime de Bashar al-Assad.


- Ricardo Lima Ribeiro

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