A Revolução
Francesa pode ser considerada um conjunto de movimentos populares durante o
séc. XVIII que deram início à idade contemporânea. Influenciados por ideais iluministas, tinham o objetivo
de derrubar a Monarquia Absolutista e substituí-la por um Regime Constitucional.
Primeiramente,
devemos considerar que a França pré-Revolução era tomada pelo Antigo Regime, período
em que o poder ainda se concentrava nas mãos de um rei a partir da teoria de
direito divino: Luís XVI, este governava de maneira absoluta, de modo que, a Assembleia dos Estados-gerais, conselho
com representantes das 3 camadas sociais, não era convocada desde 1614.
Essa
situação passou a ser questionada pela sociedade, que passava por uma crise financeira devido à derrota da
França na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e à sua participação na independência
dos Estados Unidos (1776-1781), o que acarretou em elevados gastos que
comprometeram as finanças do reino.
Nesse contexto, a população que
vivia nas zonas rurais era prejudicada por secas e inundações, o que acarretou
no aumento do preço dos produtos agrícolas, gerando fome e miséria. Sem contar com a concorrência com os produtos
ingleses, que estavam mais baratos devido à redução das tarifas alfandegárias,
o que resultou na falência de várias indústrias e consequentemente no aumento
do desemprego.
À crise econômica, somava-se a
política: projetos reformistas eram constantemente propostos amenizar a
situação do Estado, um deles foi o início da cobrança de impostos da
Aristocracia. Porém, o Clero e a Nobreza não estavam dispostos a renunciar seus
privilégios para sanear a crise socioeconômica nacional. O que gerou no seu
agravamento.
Luis XVI, portanto nomeou Jackes Necker como ministro das finanças e o
convencer ao convocar, finalmente, a Assembleia dos Estados-Gerais. A crise
política agravou-se ainda mais quando membros do 3º estado exigiram a
substituição da votação por estado (Clero- 1 voto, Nobreza-1 voto, Povo-1 voto)
pela votação individual, o que facilitaria o alcance da maioria de votos a seu
favor.
Diante da incapacidade de chegar a um acordo, Luis XVI tenta dissolver a
Assembleia, o que acarreta em uma rebelião do 3º Estado e na sua participação
decisiva nos protestos a partir de então. Os seus princípios eram o de “liberdade, igualdade e fraternidade”.
Em 14 de Julho, o povo parisiense invade a Bastilha, que era mais do que uma prisão, era símbolo do poder absoluto do Rei. Sua derrubada pode ser considerada queda do absolutismo. Nas manifestações no campo, onde os privilégios da Aristocracia eram maiores, os camponeses invadiram e incendiavam castelos e matavam membros da nobreza. Esse período é conhecido como Grande Medo.
O Rei, sem ter como controlar a fúria popular, aboliu os privilégios
feudais na reunião da Assembleia
Nacional. Dessa maneira, tentava restabelecer a ordem e acalmar o povo que
tomava os bens e a vida da Nobreza.
Inspirada na declaração de Independência dos EUA, na qual a França
participou, foi criada a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, em que se estabelecia a liberdade e
igualdade entre todos perante lei, direito à propriedade privada, à resistência
à opressão política e liberdade de pensamento e opinião.
Em 1791, a Assembleia Nacional proclamou a 1ª Constituição da França, estabelecendo a Monarquia Constitucional. Só podiam votar aqueles que tivessem uma
renda mínima( voto censitário), essas
medidas e outras comprovavam que o poder estava concentrado nas mãos da
burguesia.
Na Assembleia Nacional, a burguesia era dividida em 2 grupos; os Girondinos, representando a alta
burguesia, e os Jacobinos,
representando a média e baixa, esses últimos podiam ser considerados radicais
ao participar de movimentos populares.
As medidas revolucionárias avançavam cada vez mais, o que fez com que a
nobreza buscasse apoio no exterior para restaurar o absolutismo, no entanto, os
monarcas das potências absolutistas vizinhas apoiavam esses movimentos, temendo
a irradiação das ideias revolucionárias.
Em meio a esse cenário, Luis XVI planejava
fugir para o Império Austríaco e invadir a França em um golpe contrarrevolucionário, fracassado, ele e sua foram presos na
fronteira e reconduzidos a Paris.
Enquanto as dificuldades econômicas
se agravavam, as manifestações cresciam, e contavam com a participação dos sans-cullotes, nome referente àqueles
que usavam calças compridas, aplicado em um sentido puramente social a alguns
membros 3º Estado que exigiam mudanças radicais no Estado. Diante a isso, os
Jacobinos forneceram armas à população, formando um exército popular que teve
de enfrentar o exército prussiano na Batalha
de Valmy. Luis XVI foi acusado de traição por colaborar com a Prússia e os
revolucionários finalmente proclamaram a República
em 22 de setembro de 1792.
Com a sua proclamação, a Assembléia Constituinte foi
substituída pela Convenção Nacional, cujas
funções incluíam elaborar uma nova constituição para a França. Mesmo com
o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793.
A morte do rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma
reorganização das forças absolutistas estrangeiras.
Foram criados, dessa forma, o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário, responsável
pela morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da
causa revolucionária, esse período ficou conhecido como “Terror”.
Com a ascensão jacobina, Começa uma ditadura liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele
procurava equilibrar-se entre várias tendências políticas e, ao criar uma nova
Constituição da República, assegurou ao povo o direito ao voto, de rebelião, ao trabalho e a subsistência e assegurava
que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
Porém os Girondinos se revoltaram conta Robespierre que, sem
apoio popular, foi preso e guilhotinado, e assim a Convenção Nacional passou a
ser controlada a partir dos seus interesses.
Estabeleceu-se uma nova Constituição e a República a
partir de então seria controlada pelo Diretório
(1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o
descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o
país. Em meio a esses fatos, a França voltou a receber ameaças das nações
absolutistas vizinhas agravando a situação.
Nessa época, Napoleão
Bonaparte destacou-se como jovem
militar brilhante , e a burguesia,
necessitando consolidar a República burguesa contra ameaças internas,
provocaram um Golpe sob seu comando. Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o Diretório
e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido
como 18 Brumário.
Com isso, Napoleão consolidava as conquistas da
burguesia dando um fim para a longa Revolução
Francesa que disseminou ideias,
não só pela Europa, mas pelo mundo todo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário