10/04/2013

Tragédia na boate Kiss



A Boate Kiss, está localizada no centro da cidade de Santa Maria-RS, e no dia 27 de janeiro foi alvo de um dos maiores acidentes com mortes da história de nosso país.
A festa daquele dia, chamada de Agromerados, teve início às 23 horas e tudo indicava uma noite tranquila na cidade. Às 3 horas da manhã, a banda Gurizada Fandangueira subiu ao palco e inicou seu show. Após alguns minutos, o vocalista da banda, Marcelo Santos, acendeu um sinalizador de uso externo utilizado como parte do show,ao soltar faíscas,o sinalizador atingiu o teto da boate, incendiando a espuma de isolamento acústico, que não tinha proteção contra fogo. Os integrantes da banda e os seguranças tentaram apagar as chamas com água e extintores, mas não obtiveram sucesso. Em cerca de três minutos, a fumaça espessa se espalhou por toda a boate.
A casa noturna não possuia saídas de emergência, apenas uma saída na fachada, que devido a diversas alterações do propietário, dificultaram muito o deslocamento das vítimas, ocasionando as mortes. Muitas pessoas confundiram as portas dos banheiros com saídas de emergência, e graças a isso muitas morreram asfixiadas antes de conseguir chegar a saída.
Naquela noite morreram mais de 241 pessoas, e 123 ficaram feridas.
O esperado pela população quando se ocorre um incêndio é que as pessoas morram queimadas, porém a grande maioria das pessoas nem teve contato com as chamas, a causa do óbito da maioria das pessoas foi a intoxicação pela fumaça liberada pelo material que revestia o teto da boate.
O material de revstimento usado na boate era uma espuma de cholchão, muito utilizada em revestimentos acústicos, e ao ser queimada liberava gás cianeto e monóxido de carbono. Em contato com os gases nosso organismo é capaz de neutralizar o cianeto combinando-o com enxofre para formar tiocianato,por sua vez sendo eliminado na urina.Em quantidade demasiada, o cianeto excedente se une à enzima citocromo oxidase das hemácias, causando privação de oxigênio para as células oque acarreta a morte por parada cardíaca e respiratória uma vez que o cérebro e o coração são órgãos vitais, que dependem de muito oxigênio.



Resumo de Química – 1° Bimestre


Resumo de Química – 1° Bimestre
Relembrando ideias básicas


Dissociação Iônica/Ionização:
1-Dissociação Iônica: Separação dos compostos iônicos em solução aquosa
EX: NaCl = Na+ + Cl-
2-Ionização: Formação de íons na solução aquosa
Ex:  HCl = H+ + Cl

Obs: Um composto nunca sofre 100% dissociação iônica e, nem 100% ionizado. O máximo é HCl=92%.


Grau de Ionização:



Classificação de alfa:



Obs: Solução poder ser chamada de alcalina ou básica. Os valores representados na tabela são sempre a temperatura de 25°C.

Acidez=pH   e a fórmula de pOH é a mesma só que com (OH-) no lugar de (H+ ).


Constante de Equilíbrio:



 Obs: Kc representa a constante de equiçíbrio a 25°C.  As constantes de ionização/dissociação ácida são simbolizadas por Ka e constante de basicidade por Kb.
K>ou igual à: 10³= Forte, alta tendência de liberar H+ e  K<ou igual à: 10^-5=fraco, baixa tendência de liberar H+.
Lei de Diluição de Ostwald:
para eletrólitos fracos temos que



De forma geral, temos:





 
A partir da concentração molar () e do grau de ionização (ɑ) , podemos relacionar K1  e ɑ:




 Útil Lembrar: Ácido fraco/Base fraca alfa=-5%(10^-5) ou menor.
Equilíbrio em Solução Aquosa:
A relação entre os valores de pH e pOH é definida como :
pH + pOH = 14
Isso ocorre porque à 25o C o produto iônico da água é 10-14

 H2O = H+ + OH-
A concentração de um solvente: permanece praticamente constante, mesmo que ele participe de uma reação química que ocorra entre espécies nele dissolvidas. (água)=n/v=m/M.V
Produto Iônico da água:
Na água líquida ocorre o processo conhecido como, equilíbrio de autoionização da água. Constante (Kw)= produto iônico da água.
,auto ionização da água  

produto iônico da água.
Obs:  H+ e OH  são inversamente proporcionais. Quanto maior for H+ em uma solução menor será OH- e vice-versa.
Ecalas de pH:

A 25°C (H+).( OH- )=1.10^-14
Obs:
pH e pOH
Neutro=7=7
Ácido<7>7
Alcalino>7<7

 Hidrólise Salina
    Ácido fraco/forte = pH <7
        Base fraca/forte = pH >7
        Sal?
Base forte com ácido forte = solução neutra (pH = 7)
Base forte com ácido fraco = solução alcalina (pH > 7) Hidrólise do Ânion
Ácido forte+base fraca = solução ácida (pH < 7) Hidrólise do Cátion
Ácido fraco+base fraca = solução alcalina(hidrólise do ânion+ do cátion)

Se: Ka = Kb => Solução Neutra
   Ka > Kb =>  Solução Ácida
      Ka < Kb => Solução Básica

Propriedades de Log:


Obs:Quando não for esses casos será, logaritmo na base 10  e não alterará  o resultado.
Para definir forças:
Bases fortes= família 1ª e 2ª as demais são fracas.
Ácidos:
Hidrácidos fortes= HCl, HBr e HI.
HF e todos os demais são fracos.
Oxiácidos: HxAOy
Se y-x> ou igual a 2=forte(H2SO4,HNO3)
Se y-x< ou igual 1=fraco(H2SO3,H2CO3)
Ôrganicos:
Presença de carbonos=Fraco.

EX:







(Ácido acético)


 Curvas de solubilidade:


 Soluto: substância dissolvida pelo solvente. Por exemplo, na mistura de água e sal, o sal é o soluto;
Solvente: substância que dissolve o soluto. No exemplo citado no item anterior, a água é o solvente;
Solução: misturas homogêneas de duas ou mais substâncias, isto é, de aspecto uniforme. Exemplos: água e sal, água e álcool, água e açúcar, ligas metálicas, o ar, etc.;
Corpo de chão, corpo de fundo ou precipitado: é a parte de soluto que não se dissolve no solvente e fica no fundo do recipiente;
Coeficiente de solubilidade: é a medida da capacidade que um soluto possui de se dissolver numa quantidade-padrão de um solvente, em determinadas condições de temperatura e pressão. Em outras palavras, é a quantidade máxima que pode ser dissolvida de soluto numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura e pressão.
Por exemplo, a 20°C, a quantidade máxima de sal de cozinha (Cloreto de Sódio – NaCl) que se dissolve em 100 gramas de água é 36 g. Logo, dizemos que o coeficiente de solubilidade do NaCl é: 36g NaCl/100 g de água a 20ºC.
  • Soluções insaturadas ou não saturadas: são aquelas em que a quantidade de soluto dissolvido ainda não atingiu o coeficiente de solubilidade. Isso significa que se quisermos dissolver mais soluto, isso será possível.
Por exemplo, se dissolvermos apenas 15 g de sal em 100 g de água a 20ºC, teremos uma solução insaturada, pois ainda faltam 21 g para atingir a quantidade máxima de soluto a ser dissolvido nessas condições.
Soluções saturadas: são aquelas que atingiram exatamente o coeficiente de solubilidade.
Se misturarmos 50g de sal em 100 g de água a 20ºC veremos que os 36g irão se dissolver e o restante (14g) irá precipitar, formando corpo de fundo. Nesse caso teremos então uma solução saturada com corpo de fundo. Porém, se quisermos apenas a solução saturada, basta realizar uma filtração simples para separar o precipitado da solução saturada.






Evaldo Vaz Neto - Nº 08


Acidente de Santa Maria



A banda Gurizada Fandangueira tocava na boate Kiss e as pessoas se divertiam bastante quando o pior ocorreu. Eram quase três horas da madrugada de domingo do dia 27 de janeiro em Santa Maria, Rio Grande do Sul, quando teve inicio uma apresentação de efeitos pirotécnicos no interior do recinto.
            O uso do que provavelmente era um sinalizador, provocou uma faísca e deu inicio ao fogo que atingiu a espuma do isolamento acústico do teto da referida casa noturna. Presentes relataram que um dos músicos até tentou conter o fogo, porém por motivo ainda não identificado, o extintor de incêndio simplesmente não funcionou. O material que se tornou causador da tragédia é nada mais nada menos do que espuma de poliuretano. Além de ótimo isolante acústico, quando não recebe a adição de um composto químico para retardamento da combustão, é inflamável, propaga o fogo com velocidade e segundo o pesquisador do Laboratório de Biomateriais Poliméricos do Instituto de Química da USP, Ricardo Bentini, também impede que o calor se dissipe fazendo com que o calor e as chamas aumentem de forma muito mais rápida do que aconteceria em um lugar que não tivesse esse revestimento.
            Fumaça, monóxido de carbono e gás cianídrico resultantes da decomposição de outros materiais presentes no ambiente, tais como móveis e portas garantiram a intoxicação daqueles que inalaram os mesmos gases que no passado já foram utilizados nos campos de concentração nazista e que ainda hoje são utilizados nas sentenças de morte por gás, nos Estados Unidos. O envenenamento químico que matou os estudantes presentes na boate, também foi devido à ação de várias substâncias formadas em decorrência da degradação térmica do poliuretano. Um desses materiais, o isocianato de metila, é o mesmo vilão que matou mais de oito mil pessoas em Bhopal, no famoso e trágico episódio que aconteceu em 1984 na Índia, causado por um vazamento na empresa Union Carbide.
            Pneumonite Química entra para o nosso vocabulário, e claro, sobra tristeza por vermos tão nobre ciência em uma notícia que contrasta com as benesses que tem trazido para a humanidade. Somente não é mais triste que as perdas de vidas que tinham naquela noite a pretensão de encontrar apenas um pouco de alegria.



Glossário:
Pneumonite química é a doença provocada por produto químico inalado ou fumaça quente. No caso da inalação da fumaça, esta chega aos pulmões, lesa os alvéolos, que são as menores estruturas pulmonares responsáveis pela oxigenação do sangue, fazendo com que fiquem preenchidos de líquido. O organismo percebe a agressão ao pulmão, envia células de defesa, que, também se acumulam nesse local terminando por provocar fibrose. Esta por sua vez, espessa a membrana que separa o oxigênio da corrente sanguínea, dificultando a oxigenação do sangue e causando insuficiência respiratória.

Monóxido de Carbono                   Gás Cianídrico                     Isocianato de Metila
                     HCN               H3CNCO

Síntese de um poliuretano (exemplo)






Bibliografia
Livro: Química na abordagem do cotidiano – Francisco Miragaia Peruzzo (Tito)