17/06/2013

Análise sociológica do filme Avatar


O imperialismo do fim do século XIX, época em que a Europa enfretava uma crise, consistiu na busca de expansão de mercados consumidores para a produção industrial, de mão-de-obra barata e garantia de fornecimento de matéria prima, além do controle dos mercados externos para investimentode capitais excedentes. Essa pretensão de disseminação do capitalismo, que favorecia os países europeus, foi camuflada como ''missão civilizadora'', que espalharia o progresso técnico-científico pelas colônias. Isso de fato foi feito, porém apenas planejado a partir do interesse próprio dos europeus, o que resultou na definição das classes sociais. A discriminação de cidadãos africanos e asiáticos, principalemente dentro do território europeu, tem raízes históricos-estruturais desde o período colonial e foi reforçado nessa época.





Essa ideia de submissão e superioridade das raças é muito bem retratada no filme Avatar, que relata a história de um novo mundo, chamado Pandora, habitado por nativos conhecidos como Na'vi, que possuem língua, religião e cultura própria. Este plantea possui reservas de um valioso minério, o Unobtainium, o que torna  Pandora tão atrativa para os humanos. 

Por um lado, os militares tinham o objetivo de explorar Pandora, guerriando com os nativos e quem consideravam primitivos, sem se preocupar com a vida existente lá. E por outro, os cientistas dedicaram anos de estudos para se aprofundar no modo de vida dessa sociedade. Comparando o imperialismo com o filme, os povos africanos e asiáticos colonizados se assemelham aos Na'vi, e os europeus, aos militares, que se julgavam no direito de invandir Pandora e tirar proveito do que lhes interessavam, sem conceder nada em troca. O que pode ser destacado como uma diferença entre o filme e o imperialismo, que apesar da exploração, ofereceu uma possibilidade de avanço científico. 




Ao longo da trama, o coronel das forças militares, ao perceber uma ligação de um dos membros da missão, Jake, com os Na'vi, vê uma possibilidade de contato com os nativos através dele para que tenham acesso ao minério precioso. Desta forma, garante-lhe pernas funcionais, já que é paraplégico, em troca de alcançar seu objetivo. Porém, Jake se envolve com os nativos e passa a lutar com eles, deixando de lado sua raízes. 

Assim, gera uma guerra entre os militares e o clã, que vive sobre uma imensa reserva de Unobtainium, a Árvore-Lar, já que Jake não cumpre sua missão de convecer os Na'vi de se retirar da sua moradia. A guerra foi vencida pelo clã, que lutou junto com apoio de alguns cientistas que defendiam a preservação da natureza e do povo, e que mesmo assim, ainda estavam em desvantagem em relação aos militares, que detinham armamentos mais sofisticados do que eles. 

Por fim, Jake convence os Na'vi a se organizarem e unirem aos clãs vizinhos para se voltar contra os militares. Estes são expulsos de Pandora, mas o clã permite a estadia dos poucos os cientistas que o ajudou. Jake permanece em Pandora e por ter conquistado a confiança do povo local, se torna seu líder. 





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