19/06/2013

Darwinismo social do século XXI – Não é falta de patriotismo, é Darwinismo!

Amanda Salgado     n°1

     Dizer que o darwinismo social foi “extinto” é tão absurdo quanto dizer que o preconceito racial no Brasil acabou com a abolição da escravidão. Isso porque ambos são praticas cultural, que foram formadas e impostas a partir de ideologias, por aqueles que detinham o poder, a informação. Aqueles que determinavam o “avanço”, “progresso” e o impunham ao resto do mundo. A Europa imperialista estava em seu auge da nova ordem mundial, até sofrer com a grande crise. A saídas eram a criação de ideologias que “justificassem” a exploração e dominação além da Europa, na África, Ásia e Oceania. 

     Essa ideologias nunca desapareceram, só foram se adaptando à ordem mundial que cada vez mais se fortalece. Fortalece a nossas custas, que somos manipulados pelos criadores de ideologias. Atualmente, os EUA parecem exercer o papel que os Europeus exerciam. Somos fantoches da cultura capitalista e nem ao menos percebemos. No cinema, por exemplo, o brasileiro e povos de outras diversas nações preferem filmes americanos aos nacionais. “O americano é melhor, mais desenvolvido! Ah, grande porcaria, filme brasileiro!” A musica, a arte nacional se desvaloriza graças a essa ideologia imposta pelos americanos, que se pararmos para pensar: Os americanos são os nativos dos EUA. Porém, somos americanos também! Porém inferiores? Quem nos disse isso? Quem nos impôs esta regra? Não é simplesmente “falta de patriotismo”, e sim uma modificação da cultura nativa, totalmente disseminada e desvalorizada perante a cultura do dominador, graças ao darwinismo social do século XIX. 
    O tão falado e atual “Performance and Registration Information Systems Management” (Prism), o chamado programa do governo americano que monitora informações tem controle sobre o mundo todo. O Prism age de acordo com as origens do darwinismo social, teoria de “evolução” e predominação dos mais aptos. Essa visão de superioridade que os EUA impõem ao resto do mundo cega o mesmo resto do mundo. Somos monitorados, pelo fato simplesmente da existência e predominância de uma teoria de superioridade, que nada explica sobre conflitos e desigualdades internas de um pais. É uma teoria que “parou no tempo”, uma vez que se a analisarmos atualmente, tem menos sentido ainda do que tinha na sua época de criação, o fim do século XIX e inicio do século XX. 
    Além disso, não podemos esquecer que os próprios países impõem a sua população a teoria do darwinismo social, através também de ideologias que cegam os “ideologizados”. Falo da classe média, que impõe superioridade racional sobre classes economicamente inferiores, classe “C”. Ela não se permite ser igualada a classe C, tão inferior a ela. Não se permite por achar que é a elite intelectual. A classe média não se conforma com o fato de não ter um lugar fixo na sociedade. Ela não quer reclamar (não generalizando, claro) as causas da classe C. Porem, não tem os privilégios da classe A. Logo, transmite e divulga as ideologias através da grande mídia da própria classe A, contribuindo assim com uma teoria de superioridade e grau elevado de evolução darwinista social. Ela foi cegada por essa ideologia e, ao invés de lutar contra ela, quer “evoluir” cada vez mais a partir dessa erronia realidade que tanto acredita (principalmente economicamente) e esquece que essa evolução não existe, é uma falsa realidade imposta por aqueles que ela mesma acredita serem superiores. Ela, mais uma vez não generalizada, quer evoluir de acordo com essa realidade fictícia, “realidade matrix” repleta de ideologias, e esquece-se de evoluir intelectualmente, pois acredita já saber de tudo (não, não é a elite intelectual). Quer ter o domínio de tudo, quando na verdade é a dominada, junto com a classe que vê como inferior, a denominada “classe C”.
     A potência, que em questão é os EUA, impõe suas ideologias a elite dos países que acreditam serem “inferiores” a si. A classe media acha lindo, é influenciada e ainda divulga essas ideologias de inferioridade e dependência à cultura norte americana. Por isso, é preciso atentar a essas influencias ideológicas sem fundamentos, e analisar como isso afeta nossa realidade e o nosso verdadeiro progresso nacional. Além do querer evoluir, além do grande sentimento nacionalista, é necessário desprender-se de imposições nacionais que estimulam a desigualdade. É preciso desprender-se das imposições internacionais, que ao contrario do que nos fazem acreditar, nos prendem e nos estagnam para seu próprio progresso.

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