O Muro de Berlim
Alemanha, um país que sempre se uniu fortemente para enfrentar todos os conflitos, desta vez, na Guerra Fria, está dividida em duas, assim como o globo terrestre. Um muro se levanta no ano de 1961 na capital Berlim. A República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) representa o mundo capitalista, a República Democrática da Alemanha(Alemanha Oriental), o mundo socialista-comunista. O Muro de Berlim não só dividia a Alemanha, pois ele fazia parte da chamada Cortina de Ferro, que se extendia pela Europa, separando o Leste (sob influência soviética) e o Oeste (sob influência capitalista).
Por que dividir um país que tinha orgulho de sua raça que os unia, por causa de divergências políticas, separando famílias, amigos, impedindo que pessoas que trabalhavam de um lado pudessem chegar ao seu emprego do outro lado?
As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças adversárias. Cada país vencedor “herdou” um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético.Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que não seria a capital, mas um importante símbolo para o capitalismo na nascente Alemanha Ocidental; o lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental. Um problema enfrentado pelo regime capitalista no país foi que parte de seu território em Berlim estava, na verdade do lado ocidental do muro, o que prejudicava os habitantes dessa região, que nao poderiam se comunicar com seu próprio país. Era necessário que aviões das potências capitalistas levassem mantimentos à população presa na área inimiga.
Um fato curioso e simbólico ocorreu na Copa do Mundo de 1974, no lado Ocidental: as duas Alemanhas se enfrentaram na cidade de Hamburgo. Muitos alemães estranhavam a ideia de ver Alemanha jogando contra Alemanha e nem sabiam para quem torcer, porque torcendo para uma delas, consequentemente estaria torcendo contra a Alemanha. Segundo as estatísticas oficiais da Federação Internacional de Futebol, havia 60.350 torcedores no estádio, sendo apenas dois mil deles da Alemanha Oriental. Todos escolhidos cuidadosamente pelo Partido Socialista Unificado da Alemanha. O técnico da Alemanha Ocidental era -adivinhem- alemão oriental, fugido por conta do comunismo. Todos esperavam um clima de guerra entre as seleções e que os orientais fossem jogadores violentos e sem caráter. O que se viu não foi isso. A partida foi muito disputada, mas limpa; e teve até uma troca de camisas depois do apito final, mas longe dos olhos do público, para evitar reações do governo comunista. O confronto foi vencido pela país comunista, porém o título do torneio ficou com os ocidentais. Isso poderia ser um indício de que o modelo comunista resistiria e brigaria fortemente pelo monopólio da economia mundial mas que, no final, o capitalismo reinaria.
Com a decadência gradativa e posteriormente o colapso do regime comunista, o muro foi finalmente derrubado em 1989, marcando a reunificação da Alemanha em um Estado capitalista.
"A primavera de Berlim floresceu na inesquecível noite de 9 de novembro, quando o regime comunista decidiu abrir as fronteiras do país. Em poucos dias, ainda sob o efeito da espantosa guinada, quase 4 milhões de pessoas puderam passear pelas ruas de Berlim Ocidental, deslumbrar-se com suas vitrines, fazer algumas compras e compartilhar com outra multidão de alemães, que os esperava do lado oposto, a euforia dde ver desmanchar no ar a sinistra solidez de um dos grandes símbolos da opressão em todo o mundo" (Adaptado da Veja 22/11/1989)
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