04/04/2013

Dossiê História - Germinal - Pedro Esteves


Marx X Pierre-Joseph Proudhon, ou apenas a semente da organização política e sindical da classe operária que germina?

 O filme Germinal, produzido em 1993, é baseado no romance francês Germinal de Émile Zola, de 1881. Influenciados pelas ideologias da época, um grupo de mineiros no norte da França começam a ir contra os abusos e os trabalhos que eram submetidos, consequentemente realizando greves e iniciar o sindicalismo. Vítimas do “recém-nascido” liberalismo não se localizaram somente no norte na França, e sim nos lugares e países que o liberalismo tenha vencido o velho regime.

 A classe operária do filme é retratada com a extrema miséria econômica e degradação da vida humana, que antes no longo século XIX era vista como mercadoria. A burguesia não valorizava a vida de seu trabalhador, não dava a devida atenção aos direitos perdidos dos operários, e nesse questionamento que o filme se baseia, os próprios personagens se questionam sobre seus direitos perdidos. O objetivo financeiro da burguesia está acima de qualquer direito humano ou civil.

 As duas ideologias desenvolvidas, cria uma bifurcação entre os operários, existem aqueles que apoiam o comunismo e aqueles que apoiam o anarquismo, mas os dois lados passaram pelas mesmas influencias, o determinismo, evolucionismo, positivismo, teoria cientificista, e o desejo de ter uma vida descente, tendo seus direitos cumpridos. A aquisição de uma política igualitária nasce aqui.

 Assim como os senhores de terras, os burgueses detém a matéria prima, a mão de obra, meio de produção e o produto final, e graças ao liberalismo econômico os trabalhadores não eram obrigados a trabalharem para esse determinado burguês (não eram mais servos, escravos, agora eles eram livres para escolher onde trabalhar e a quem seguir ordens), mais se não trabalhassem iriam morrer de fome. Entretanto nenhum proprietário era melhor que o outro, a ideologia burguesa de lucro cegava e cega até hoje os proprietários dos meios de produções, transformando-os em verdadeiros “monstros” e sugadores da vida, do tempo e da alma humana.



 Os ideais comunistas que pretendiam acabar com a propriedade privada de meio de produção e os ideais anarquistas que queriam uma autogestão do povo sem precisar do estado ou qualquer meio, os ideais não conseguiram cumprir o que pretendiam, mas os trabalhadores de certo modo conseguiram o que queriam, e mesmo influenciados com esses ideais, o que eles realmente queriam era uma qualidade de vida melhor, e direitos trabalhistas referentes ao abuso que sofriam e as extremas cargas horarias que eram submetidos para ganhar tão pouco que continuavam vivendo na miséria.



 Repressões foram realizadas pelo estado a fim de atender o desejo da burguesia, de manter os mesmo salários, a mesma carga horária e os mesmos abusos que já faziam com os seus funcionários. Pais, filhos, muitos foram mortos com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida, mesmo com as repressões e ataques do estado contra essa “nova revolução”, a classe operária obteve sucesso, suas percas não foram em vão.





 Os resultados dessa luta influencia o mundo capitalista até hoje, a criação dos sindicatos é um modo de controlar a mais valia das empresas, a carga horária que os operários são submetidos, e ajudar a relação do funcionário com o proprietário do meio de produção, a decisão de tomar uma atitude sobre o que estava acontecendo, é um fato histórico que ajudou a humanidade e não a desumanizou mais como o capitalismo estava fazendo.

 As semelhanças de sonhos e a união de ideologias fazem a força. E a luta pro um motivo em comum torna à vitória possível, e é assim que O filme Germinal consegue representar uma época tão desumana do ser humana e como os “miseráveis” conseguiram “mudar” isso.





Pedro Esteves, Nº30

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