Ernesto Guevara de La Serna pertencia à classe alta
argentina, alternava residência entre Buenos Aires e Caraguatay, onde havia a
produção de mate de sua família. Como os negócios iam mal, Ernesto resolveu
empregar-se na Câmara de uma vila para ajudar com as finanças em casa. Em 1946,
ingressou na universidade de medicina da Capital, onde empregou-se novamente
como funcionário municipal, paralelamente à faculdade.
Para o desespero de sua família, Che Guevara resolve, 6
meses antes de finalizar o curso, iniciar uma longa viagem com o seu
companheiro bioquímico Alberto Granado ao redor da América do Sul. Montado na velha
moto apelidada de La Poderosa II, Che Guevara dá início a uma grande jornada na
qual irá adquirir grandes conhecimentos que levará por toda a vida.
Ao longo da viagem, os dois se hospedaram de favor por
onde passavam, se infiltraram nas aldeias indígenas, visitaram minas de cobre e
uma clínica de pacientes portadores da lepra, onde decide se especializar na doença.
Ao interagir com a população e vivenciar a realidade dos povos mais humildes, Che
começa a perceber que a única fronteira que separa os países latino-americanos
é a política, já que os problemas econômicos e sociais eram comuns entre cada um
deles. De volta à Argentina, Che conclui seus estudos e, com uma nova visão de
mundo, começa a dedicar-se à política a fim de tomar providências em relação ao
progresso econômico, que só privilegia uma pequena parte da população.
Em 1953, Che inicia sua segunda viagem em que visita
vários países, entre eles, a Guatemala, onde presencia a tentativa do
presidente Jacob Arbenz, apoiado pela população, de eliminar o latifúndio,
diminuir as desigualdades sociais e introduzir a mulher no mercado de trabalho.
Essa luta foi extremamente combatida pelos EUA por não se enquadrar nos padrões
políticos da América Latina. A experiência adquirida na Guatemala é fundamental
para que Che consiga se definir revolucionário
e se opor ao imperialismo americano.
No ano seguinte, Che conhece Raul Castro, que
apresentaria seu irmão mais velho Fidel Castro. Esse organiza e lidera um
movimento revolucionário cubano que ficou conhecido como 26 de julho, que
contou com a participação de Guevara, um dos 72 homens integrantes do movimento.
Nesse contexto, Che considera este o marco transitório de médico a
revolucionário.
Após a vitória dos revolucionários, o presidente cubano
Batista que até então governava, se exilou e consequentemente instaurou-se um regime
socialista em Cuba. No ano de 1965, Guevara deixa Cuba para disseminar os
ideais da revolução cubana pelo mundo com a ajuda de voluntários de vários países latino-americanos e com apoio de Fidel Castro, que anunciou tal evento como luta contra o imperialismo.
Quando parte para a Bolívia, encara
dificuldades para unificar a América Latina. Enfrenta obstáculos com a língua, como
o terreno desconhecido, além de não ter recebido apoio, nem pela população, nem
pelo partido comunista da região. Che é capturado e executado no dia seguinte a
mandato do presidente. Ironicamente, no local de sua morte hoje é erguida uma
estátua em sua homenagem, ele é considerado santo pela população boliviana, que
antes o ignorou. Além de ser considerado um ícone mundial.
Acima, a imagem de Che Guevara foi formada por ícones da sociedade
de consumo, o que desvirtua a essência do seu pensamento revolucionário e
anticapitalista.
Atualmente, a reprodução da imagem de Che Guevara é feita em larga escala, o marketing capitalista transformou a figura de um dos inimigos mais ferozes do capitalismo em produto dele. Sua imagem mítica, capturada pelo fotógrafo cubano Korda e imortalizada no desenho do artista Fitzpatrick, surge nos locais mais diversos, como em camisetas e cartazes. Devido ao esvaziamento ideológico de seu legado, seu rosto é utilizado por várias pessoas, a maioria delas sem ter a menor ideia de quem se trata. O que podemos perceber na propaganda da Globo News:
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