22/09/2013

Tratado de Versalhes e...

O Tratado de Versalhes foi o acordo realizado entre as potências européias no pós- Primeira Guerra Mundial. Nele havia exigências impostas à Alemanha para humilha – lá e enfraquece – lá militarmente, como por exemplo: 

- A devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França; - Proibição de funcionamento da aeronáutica alemã (Luftwaffe); - A redução da marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores.

 Essa humilhação criou as condições ideais para a germinação e propagação do espírito do revanchismo alemão. A indenização absurda enterrou de vez a economia alemã, já abalada pela guerra. As décadas de 1920 e 1930 foram marcadas por forte crise moral e econômica na Alemanha (inflação, desemprego, desvalorização do marco). Terreno fértil para o surgimento e crescimento do nazismo. Após assumir o poder Hitler atua implacavelmente em menos de um ano contra todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais) dando início à "Revolução Nacional-Socialista" que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência européia.

 Para se tornar uma potência européia novamente era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do "espaço vital", como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego e atendia-se necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha. Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do anti-comunismo a nível mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Comintern - cujo fim é ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, atacá-la.

 A crise econômica que se abate sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929, vai ser o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial seja pleiteado.

 A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas visando salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira guerra tarifária. A produção mundial reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.

 O desemprego grassou nos principais países industrializados: 11 milhões nos Estados Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2 milhões e meio da Inglaterra e um número um pouco superior na França. Não está longe da verdade, o fato ter provocado a aflição e o desemprego em mais de 70 milhões de pessoas (contando-se os seus dependentes). Como a economia já estava suficientemente internacionalizada (com exceção da URSS que se lançava nos Planos Qüinqüenais) todos os Continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego. A América Latina, por exemplo, teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma queda de 17% em suas exportações.

por Pedro Esteves

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