Resenha
Buracos nem tão negros assim
Felipe
Damasio e Sabrina Moro Villela Pacheco
Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Araranguá, SC,
Brasil, 2009.
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Vista da Via Láctea. |
O
artigo escrito por Felipe Damasio e Sabrina M. V. Pacheco, composto por tópicos
diversos, cria um ambiente para o leitor onde o mesmo não precisa possuir
grandes conhecimentos sobre o assunto abordado. Os autores utilizam como base,
textos científicos e teses; desde as mais antigas, como as de Isaac Newton, até
mais recentes, como as de Stephen Hawking; para a criação de uma síntese da
ideia sobre buracos negros. A relevância desse texto está no fato de que ele
aborda diferentes temas relacionados a buracos negros, portanto é uma ótima
fonte de conhecimentos físicos para quem tenha interesse no assunto.
O
texto segue de forma cronológica, e muitas vezes é utilizada uma linguagem
informal, deixando explícita a vontade dos autores de redigir um artigo onde se
possa relacionar fatos científicos complexos que necessitam de um
aprofundamento, com exemplos simples e imagens de fácil compreensão, além de
abordar o tema de forma clara e precisa.
É
interessante o modo como os autores iniciam seu texto. Eles partem de uma
introdução sobre a “revolução na nossa visão sobre o Universo”, o que foi causa
da invenção do telescópio por Hans Lippershey, utilizado por Galileu Galilei no
mesmo ano de 1609. Sempre partindo dessa descoberta, os autores levam o leitor
ao princípio da ideia de buracos negros, afirmando este como um tema que
desperta grande curiosidade em até mesmo “pessoas sem nenhum tipo de interesse
em temas científicos”. A partir desse instante, os autores quebram a visão
popular sobre os buracos negros, dizendo que não são corpos celestes que
absorvem toda a matéria ao seu redor, um dia podendo acabar com todo o
universo. Essa “má fama”, como citam os autores, “não é toda merecida, e sua
versão popular não inclui as novas descobertas a seu respeito, ocorridas nas
últimas décadas, que serão nossos temas principais”
No
segundo tópico, “As ideias pioneiras”,
são postas em prática várias teorias, como por exemplo, a Teoria da
Relatividade de Einstein, a teoria gravitacional e princípios da luz, como sua
velocidade e classificação (onda ou partícula), sendo esta última algo que os
autores ressaltam como uma controvérsia até os tempos de hoje, chamada de dualidade onda-partícula. Newton sugere
que a luz seja formada de partículas, e
diz que seu comportamento pode ser explicado pela mecânica newtoniana,
afirmando que uma vez que a luz seja formada por partículas, elas seriam
atraídas pelo campo gravitacional.
Neste caso, ela precisaria de uma velocidade mínima para “fugir” de um
determinado campo gravitacional, sendo essa velocidade conhecida como velocidade de escape. O cientista Roemer
foi o primeiro a descobrir que a luz tem uma velocidade finita, e sua
descoberta isso possibilitou a previsão de alguns fenômenos, como por exemplo,
a existência de corpos extremamente maciços e densos. Assim, se um corpo
possuir uma velocidade de escape maior que a velocidade da luz, seria
impossível visualizá-lo, pois toda a luz gerada ou refletida seria sugada de
volta. Portanto, se olhássemos da Terra para essa área de grande campo gravitacional,
veríamos apenas uma “região negra no espaço”, imaginando que talvez não exista
nada por lá.
A
ideia de que a luz pode ter sua trajetória alterada por um campo gravitacional
teria que esperar até o século XX e por Albert Einstein. A publicação de teoria
da Relatividade Geral, em que uma de suas previsões era que a luz deveria
sofrer desvios ao se aproximar de campos gravitacionais intensos, como
provocado pelo Sol. A suposta comprovação dessa hipótese veio quando
fotografias tiradas de um eclipse solar visível com nitidez na cidade cearense
de Sobral, teriam comprovado as ideias do cientista alemão. Karl Schwarzschild,
poucos meses antes de morrer, utilizou a recém publicada teoria da relatividade
geral para obter algumas soluções matemáticas. Estas soluções apontam para uma
peculiar consequência, que pode ser hoje apontada como os buracos negros.
Em
1939, o norte americano Robert Oppenheimer usou a teoria da relatividade geral
para descrever o que aconteceria com a luz ao passar por uma estrela bem mais
densa que o Sol, a luz seria encurvada em direção à estrela. Quando a densidade
da estrela fosse suficiente, a trajetória da luz seria tão perturbada em
direção à estrela que ela não conseguiria mais escapar deste campo
gravitacional. Este limite de aproximação de um corpo celeste antes de ser
“sugado” para dentro é conhecido como horizonte de eventos,
De
acordo com a teoria da relatividade geral, nada pode viajar mais rápido que a
velocidade da luz, ou seja, para nenhum corpo existia a possibilidade de fugir
desse campo gravitacional. Tudo que passasse pela vizinhança da estrela, seria
tragado para dentro, por seu incrível poder de curvar o espaço tempo.
No
terceiro tópico, “A origem dos buracos
negros”, os autores iniciam subdividindo os buracos negros em dois grupos,
de acordo com sua origem e massa: os estelares
(massa de até 7 vezes a do Sol) e os supermaciços
(estima-se que possuam massa na ordem de milhões de vezes a do Sol). Eles citam
ainda o alemão Hans Bethe, que em 1930 propôs o mecanismo conhecido hoje como fusão nuclear. Trata-se da fusão de
átomos menores em outros maiores, o que resulta na liberação de energia pelas
estrelas, como o Sol. O principal combustível dessas estrelas é o hidrogênio,
portanto quando este se torna escasso, significa que o astro se aproxima do fim
de sua vida.
É
ressaltado que um colapso na massa da estrela só é evitado porque a força de
atração gravitacional é equilibrada pela energia da fusão nuclear. O problema é
quando os níveis de hidrogênio da estrela ficam muito baixos, pois com isso
ocorre um desequilíbrio entre as duas forças. Desse modo, os autores chegam à
explicação de que o destino de uma estrela é determinado por sua massa e o
sistema que faz parte (binário ou múltiplo). Quanto ao último caso, o fim da
estrela depende também da distância entre os astros do sistema. Chega-se então ao conceito de nebulosa planetária, que ocorre quando uma estrela de no máximo 10
vezes a massa do Sol fica com níveis baixíssimos de hidrogênio, e acaba por
expandir-se ejetando grande parte de sua massa. Por fim, esta torna-se uma anã-branca. Os autores usam o Sol como
exemplo desse fenômeno, mas dizem que isso só ocorrerá daqui a 5 bilhões de
anos. Já uma supernova, segundo eles,
é o mesmo fenômeno, porém ocorre com uma estrela com a massa de mais de 10
vezes a solar. O fim de um astro entre 10 a 25 vezes resulta numa estrela de nêutrons, e o de um astro
maior que 25 vezes, no chamado buraco
negro estelar.
Por
fim, os autores mencionam os buracos
negros supermaciços, que são formados por estrelas maiores do que todas as
anteriores. Ele é observado apenas indiretamente, apenas no centro de galáxias.
Segundo eles, há três versões principais que explicam a sua origem. A primeira
conta que esse tipo de buraco negro é antigo e seria resultado do colapso de
grandes quantidades de matéria. Na seguinte, diz-se que eles se formaram com
uma massa bem menor que a atual, mas devido à captura de outros corpos sua
massa aumentou. A última explica que pode ter ocorrido uma fusão de duas galáxias,
fazendo com que os buracos negros delas também se fundissem.
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Evolução final das estrelas de acordo com sua massa inicial. |
É
a partir do quarto tópico, “Mesmo que
Einstein duvidasse”, que os autores afirmam que buracos negros são uma
“previsão da teoria da relatividade geral, onde a massa de um corpo (uma estrela,
por exemplo) colapsa até se concentrar em um único ponto.” Nesse instante, o
ponto é chamado de singularidade do
espaço-tempo, um local onde as leis da física não podem ser aplicadas,
incluindo a própria relatividade geral. Portanto, os autores explicam que essa
teoria “continha as sementes de sua própria destruição ao prever um fenômeno
que não podia explicar”. O texto adquire um caráter opinativo justamente nesse
momento, já que os autores tentam entender o motivo de Einstein para
desacreditar na existência da física dessa singularidade. Também cria-se uma
comparação entre essa descrença de Einstein e a comunidade científica atual,
sendo isso um exemplo ao leitor dos paradigmas da ciência contemporânea. É
nesse instante que se inicia outra comparação entre duas teorias: a de Einstein
e a de Newton. De acordo com Einstein, “a gravidade não é mais uma força
misteriosa causada por uma massa, capaz de influenciar objetos distantes
através do espaço, como na teoria de Newton”. Einstein afirma que a gravidade é
uma consequência das características do espaço-tempo, onde uma massa pode
deformá-lo provocando sua curvatura. Baseando-se no “princípio da preguiça cósmica” , Einstein diz que tudo é uma
questão de preguiça dos corpos celestes em seguir o menor caminho no
espaço-tempo curvo.
Mesmo
sendo essas teorias muito parecidas para campos gravitacionais, os autores
descrevem que dependendo da intensidade desses campos, maior será a diferença
entre elas. A órbita errante de Mercúrio é o exemplo escolhido pelos autores
para demonstrar essa diferença. Enquanto a teoria de Newton não consegue prever
uma explicação da realidade física para essa característica da órbita do
planeta mais próximo do Sol, a de Einstein consegue entrar em total acordo com
tal órbita. Assim, como buracos negros possuem um campo gravitacional
gigantesco, os autores afirmam que não é possível dispensar o uso da teoria da
relatividade geral. É colocado em evidência a partir dessa teoria, algo que
desperta a curiosidade de muitas pessoas: o fato de uma diferença temporal.
Explicada de um modo de fácil compreensão, os autores adotam um exemplo
hipotético e, de certo modo, humorístico para descrever esse acontecimento. De
acordo com a teoria da relatividade geral, quanto mais intenso for um campo gravitacional,
menor será o intervalo de tempo medido por alguém que está nesse “horizonte de eventos” em relação a outra
pessoa, situada num campo de menor intensidade.
Novamente,
os autores tentam desconstruir essa crença popular de que buracos negros são
insaciáveis. Dessa vez, eles (hipoteticamente falando) transformam o Sol em um
buraco negro e perguntam ao leitor o que ele acharia que aconteceria com a
órbita da Terra. Logo em seguida, respondem dizendo que “absolutamente nada”
iria mudar, com base que o planeta estaria fora do horizonte de eventos,
estando livre da influência da singularidade. Mudando a situação, agora os
autores transformam a Terra em um buraco negro repetindo que a órbita da Lua
também se manteria inalterada, apenas para deixar claro que essa visão popular
sobre esses corpos celestes está em desacordo com a verdade física. Mais uma
vez, abraçando o humor, eles afirmam que, para Terra se transformar em um
buraco negro, ela teria que ser reduzida até um raio da ordem de dois
centímetros, “algo pouco provável que aconteça com você aqui para se preocupar
com isso.”
Em “Nem tudo está perdido, só mesmo a aposta
de Hawking”, os trabalhos de
Hawking contribuíram para
nossa maior compreensão do universo. Em 1974 ele surpreendeu o mundo quando
aplicou mecânica quântica no estudo dos buracos negros. Sua conclusão foi que
ele “evaporam” emitindo partículas elementares até desaparecerem completamente.
Para chegar a essa conclusão, Hawking utilizou o conceito do vácuo quântico, que diz que o vácuo tem
uma energia conhecida como energia do ponto zero. Esse vácuo seria povoado por partículas virtuais, assim chamadas por
serem formadas e aniquiladas aos pares tão rapidamente a ponto de não poderem
ser detectados, esse fenômeno é conhecido como flutuação quântica. Quando a criação dessa partícula ocorre próximo
ao buraco negro, o forte campo gravitacional pode capturar uma de suas
partículas, deixando a outra livre, desta forma, constituindo-se uma partícula
real. Na visão de um observador o buraco negro está irradiando está partícula,
essa radiação é conhecida como radiação Hawking.
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Stephen Hawking. |
Para
a radiação Hawking ocorrer é necessário grande quantidade de energia, que seria
fornecida pelo próprio buraco negro. Ao ceder essa energia para separar as
partículas virtuais, o buraco negro diminui sua energia até desaparecer. Com
essa descoberta podemos compreender que os buracos negros desaparecem e que não
estão fadados a aumentar eternamente.
Em
1997, uma aposta entre Hawking e o norte americano Kip Thorne contra o outro
norte americano John Preskill, buscava saber se era possível resgatar
informações que tivessem atravessado o horizonte de eventos de um buraco negro.
Em 2004, Hawking declarou que havia perdido a aposta, e que era possível
recuperar informação de dentro de um buraco negro devido às flutuações
quânticas. Hawking fez uma grande descoberta, e como um bom perdedor, teve que
admitir sua derrota na aposta. Os autores explicam melhor essa teoria no tema
seguinte.
Já
no tópico “Como resgatar alguém de um
buraco negro”, os autores contam uma fábula, proposta por Hawking e sua
filha Lucy, além de citarem diversas curiosidades, A história fala de um cientista que constrói
um supercomputador capaz de transportá-lo no espaço e de adiantar o tempo. Em
busca de planetas habitáveis como a Terra, ele recebe uma carta anônima de seu
rival, dando a coordenadas de um buraco negro. Esperançoso em achar o que
procurava, o cientista se transporta até o local, e se depará com o tal buraco
negro. Felizmente, ele havia deixado para sua filha e o colega dela um livro
ensinando a resgatar alguém de um buraco negro. Assim, o livro explica que o
buraco negro suga com mais intensidade a parte do corpo da pessoa que está mais
próxima a ele. Por isso, este estica e despedaça completamente a pessoa. Aí
surge a curiosidade de que quanto menor a massa do buraco negro, mais rápido
ele “evapora”, devido à radiação Hawking.
Quando ele evapora, portanto, ele reduz o que sugou a partículas, que por sua
vez podem ser reorganizadas para formar novamente o objeto sugado. Assim, a
garota e seu colega usam o supercomputador para filtrar as partículas e
reconstituir o pai dela, o que levaria no entanto bilhões de anos, se não fosse
pela capacidade da máquina de acelerar o tempo. Com a evaporação do buraco
negro adiantada, os dois consegue reorganizar as partículas e salvar o
cientista.
Após
contarem a fábula de Stephen Hawking, os autores ainda são bem humorados no
final do tópico. Eles alertam seus leitores para que evitem cair num buraco
negro, pois estes demorariam muito para serem resgatados.
Continuando
com curiosidades sobre os buracos negros, no sétimo tópico, “Nada brilha tanto quanto os buracos
negros”, os autores partem de uma ideia paradoxal: nada no Universo emite
tanta radiação quanto um buraco negro. Os quasares
(ou quase-estrelas), são objetos celestes muito pequenos que conseguem
brilhar mais que galáxias inteiras. Foi na década de 1960, quando astrônomos acabaram
por conhecê-los e descrever que “tinham uma aparência estrelar, mas com
características distintas das estrelas conhecidas”, como por exemplo uma grande
emissão de raios ultravioletas e de ondas de rádio. Os autores colocam em
evidência um desses corpos que foi identificado em 1962, nomeado de Quasar 3C 273. Os autores ressaltam que
foi uma surpresa muito grande quando foi calculada a distância desse corpo da
Terra: “2,2 bilhões de anos-luz!”. Logo em seguida, eles apresentam uma
pergunta que foi considerada um grande desafio a academia científica, que é
“como um objeto tão distante pode brilhar tanto?”. Para demonstrar ao leitor o
quão intenso o brilho desse quasar é,
os autores afirmam que sua emissão de luz é o equivalente a 100 vezes o brilho
da Via Láctea inteira. Fica identificada mais uma vez a preocupação dos autores
com o público-alvo, já que estão sempre buscando exemplos de fácil compreensão
para acrescentá-los em seu artigo.
Logo
em seguida, eles apontam hipóteses sobre a origem desses corpos celestiais,
citando que, em 1963, em uma conferência em Dalas, físicos propuseram que
estava relacionada com buracos negros. Os autores então, apresentam do que se
trata essa teoria. Porém, ela só foi publicada oficialmente em 1980, pelo
cosmologista e astrofísico britânico Martin Rees. Ela explica que esse “tal
mecanismo propunha que quando buracos negros supermaciços absorvessem gás e
estrelas, eles emitiriam estas grandes quantidades de energia.”. Assim,
acredita-se hoje que quasares são
“núcleos de galáxias onde existe um buraco negro supermaciço”, absorvendo essa
grande quantidade de gás e estrelas e emitindo energia. Para demonstrar
novamente os paradigmas da ciência contemporânea, os autores citam que no
começo, acreditava-se que esses corpos celestes não faziam parte de nenhuma
galáxia, devido a seu brilho ofuscar o da galáxia. “Em um exemplo exagerado,
seria o mesmo que querer observar uma lâmpada no lado do Sol.”
No
último tema, nomeado de “O céu não é o
limite”, os autores abordam o CERN (sigla em francês para Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear), fundado em 1954, considerado hoje como o maior laboratório
de física de partículas do mundo, localizado na fronteira entre a Suíça e a
França. Responsável pela invenção da rede mundial de computadores, esse centro
possui o LHC (termo em inglês para Grande
colisor de Hárdrons, também conhecido pelo nome de Acelerador de Partículas). Esse último foi inaugurado em 2008,
porém “suas operações tiveram de ser interrompidas em razão de um vazamento de
hélio ocasionado por um problema de conexão entre seus imãs.”
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Vista área do CERN. |
Os autores alegam que o ano de 2008 marca
“sem dúvida, um divisor para a física com o início de suas operações”,
entretanto, asseguram a ideia que seu funcionamento em regime máximo deve
demorar alguns anos.
O principal motivo dos autores de abrir
espaço em seu texto sobre essa Organização é que existe a possibilidade
(remota) da criação de miniburacos negros a partir do LHC, gerados a partir do
“choque de partículas altamente energéticas”. No entanto, uma boa parte da
comunidade científica não coloca muita fé que isto poderá vir a acontecer, como
declaram os autores. Devido a sua pequena massa, esse miniburaco negro emitiria
uma quantidade gigantesca de radiação Hawking. E, analisando-a, poderemos
finalmente entender os buracos negros estrelares e supermaciços, além dos quasares.
Foram feitos alguns cálculos no início
dos anos 2000, apontando que, em seu total funcionamento, o LHC poderá produzir
cerca de 100 milhões de buracos negros a cada ano. A massa dessas
singularidades seria na ordem 22 microgramas e seu “tempo de vida” duraria em
torno de 10-26 segundos.
Para finalizarem seu artigo, os autores
mencionam que talvez será possível a declaração do ano de 2408 como o ano da astronomia. E o motivo que eles
utilizam é que “400 anos antes, em 2008, entrara em operação um laboratório que
mudou nossa visão do Universo, desta vez até sem necessariamente o auxílio de
telescópios”, tudo apenas com o funcionamento do Acelerador de Partículas. “Quem
viver verá se tal previsão ira se confirmar!”.
Pode-se
concluir que os autores do artigo fizeram um texto rico e bastante completo,
onde dividiram o tema central “buracos negros” em diversos outros, com
curiosidades e explicações. O uso de imagens para orientar o leitor também
ajudou a tornar a obra mais dinâmica, para poder atrair um público interessado
mais diversificado. Baseando-se bastante em físicos renomados como Einstein,
Newton e Hawking, eles fundamentam tudo o que explicam em conceitos físicos,
por isso quem lê não aprende só sobre buracos negros em si, mas também sobre a
Física e suas diversas vertentes.